Trata-se de um estudo controlado por placebo, duplo-cego e cruzado, em que cada participante recebeu 200 mg de selenito de sódio (Se), e placebo (que não continha glicose), cada um durante três semanas. Dez indivíduos foram submetidos ao tratamento, na seguinte ordem: primeiramente com o uso de Se e posteriormente com placebo e os outros 10 indivíduos na ordem inversa: placebo e depois Se.
 
Assim, o grupo de estudo consistiu de 20 indivíduos, que foram divididos de acordo com o índice de massa corporal (IMC), sendo 10 indivíduos com IMC eutrófico (média de 22,8 ± 0,41 kg/m2) e outros 10 indivíduos com sobrepeso (IMC: 28,0 ± 0,81 kg/m2).

Foram medidos os níveis sanguíneos de hidroperóxido lipídico (HL) para avaliar o grau de peroxidação lipídica, além do superóxido dismutase (SOD) e glutationa eritrocitária (GSH) para medirem a capacidade antioxidante total em repouso e após exercício de alta intensidade durante 30 minutos. 

No grupo placebo, os indivíduos com sobrepeso tinham maiores níveis de peroxidação lipídica em repouso e após o exercício de alta intensidade, em comparação ao grupo de eutróficos. Os pesquisadores perceberam que a suplementação de Se diminuiu os níveis de HL no grupo sobrepeso, imediatamente pós-exercício (-0,25 ± 0,12 mmol/L, p = 0,05), em comparação com o placebo. No entanto, não houve alteração na capacidade antioxidante total, nos níveis de SOD e GSH pós-exercício, com ou sem suplementação de Selenio. 

“Algumas limitações podem ser encontradas nesse estudo, que incluem a falta de monitoramento da dieta e seu acompanhamento contínuo. No entanto, fornecemos evidências preliminares da suplementação de selênio como uma terapia antioxidante eficaz para reduzir o estresse oxidativo em repouso e após exercícios de alta intensidade em indivíduos com sobrepeso”, comentam os autores.

“Este estudo deve ser replicado em uma amostra maior e durante um período de tempo prolongado para avaliar as possíveis interações entre estresse oxidativo induzida pelo sobrepeso, treinamento físico, perda de peso e maior capacidade antioxidante. Além disso, tais respostas à suplementação de selênio devem ser examinadas em uma população de obesos, nos quais pode haver níveis elevados de HL e capacidade antioxidante comprometida”, concluem.